que a gente lava o rosto
com água pura dos olhos.
O piscar é cada vez mais lento
no involuntário de deixar fechado
pra ouvir o silêncio
- do coração.
Um colírio ou um óculos
que disfarce
a alucinação do peito que bate forte,
da fome, da ânsia e do vômito,
do sangue que corre e não encontra.
Não adianta. Corro em vão.
O sol não me aquece.
Teu ouvido me esquece.
Tua voz me segue.
Meu olhar se fecha.
Falta colírio. Falta um óculos escuro
pra ocultar meu coração.