quinta-feira, 31 de maio de 2012

Saudade

É quando a saudade é muita
que a gente lava o rosto
com água pura dos olhos.

O piscar é cada vez mais lento
no involuntário de deixar fechado
pra ouvir o silêncio
                            - do coração.

Coração de Menino


Do por acaso e não acaso
Do giro Do circulo Do sítio em plena beira do mar.
A bola chutada na parede
O bichinho lento que andava aleatório no quintal
E o sofá usado como trampolim.

E o tempo passa...
E os ares mudam
E a criança muda
E pisar do chão muda.
E o sofá usado como trampolim.

Dedo na boca, mexido de pé, cantiga de ninar...
Dorme bebê, cantando pra ganhar de presente um sonho bom.

Acorda bem de leve... mas vem, acorda agora,
Tem um mundo inteiro, todo, te esperando, ali, lá fora.
Tem abraços, guaraná, tem sorrisos de crianças,
Tem risadas esquisitas pra você acompanhar.

E o sofá usado como trampolim:
Horas boas pra deitar
E sem querer adormecer...
Um menino bem ali.


sexta-feira, 18 de maio de 2012

Oculto

Um colírio ou um óculos
que disfarce
a alucinação do peito que bate forte,
da fome, da ânsia e do vômito,
do sangue que corre e não encontra.

Não adianta. Corro em vão.

O sol não me aquece.
Teu ouvido me esquece.
Tua voz me segue.
Meu olhar se fecha.

Falta colírio. Falta um óculos escuro
pra ocultar meu coração.

sábado, 5 de maio de 2012

Sem


Sem retorno, sem estorno, em rodeios.
Sem abraços, sem mãos dadas, em passeios.
Sem olhares, sem sorrisos, em frentes.

Sem açúcar, sem saliva.
Sem palavras.