sexta-feira, 31 de julho de 2009

Coisas que bastam

São muitas as coisas que percebemos,

Que concebemos,

Acreditamos.

E depois de algum tempo,

De algumas delas,

A gente se esquece.

O mundo gira em torno de um centro de massa comum,

Comum entre outros corpos,

Grandes e distantes que nem fazemos idéia.

E depois de muito tempo,

Muita gente ainda nem sabe disso.

A gente ainda não sabe de um monte de coisa,

De outras a gente nem quer saber,

De outras, basta a gente esquecer.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

É fuga

Não entendo este momento:
Penso enquanto não consigo pensar,
Amo quando não há o que amar,
Te toco mesmo sem você estar.

terça-feira, 28 de julho de 2009

A Ponte

De um lado é água,

e também do outro.

Pra frente, estrada,

atrás também.

Pra cima é céu,

e pra baixo é água e terra.

Passam autos,

voltam autos,

com pessoas.

Encobrem jangadas

com suas pescadas

que vão para postos

perto dali.

São muitas, diversas,

mas nenhuma como aquela.

Bem simples e frágil,

de madeira auto-sustentável,

e está firme e contente,

eu sei,

Ela range pra gente.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Amor de três estrofes

 Amor que vai e vem,

Que vem e não volta,

Amor que se revolta,

Que todo mundo tem.

 

Amor que é selvagem,

Que não esconde a vaidade,

Não tem estiagem,

Que atende a vontade.

 

Amor inconfundível,

Que não se esconde,

Aparece,

Que às vezes enlouquece,

Mas que é invisível.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

O fim do mundo

E se o mundo acabasse agora?

Não!

É melhor não.

Ainda tenho que estudar pra prova de sexta.

É melhor que o mundo acabe no sábado.

terça-feira, 21 de julho de 2009

O som dos pássaros

Quando dezembro vier mais uma vez
eu quero estar em casa.
Quando o inverno congelante vier novamente
eu quero estar em casa.

Quando o inverno tiver passado e chegar a primavera
eu quero estar em casa vendo pela janela
os pássaros cantando
enquanto dezembro não chega mais uma vez,
enquanto o inverno congelante não vem novamente.

Quando está frio
eu não ouço o som dos pássaros.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

O amigo do interior

Não muito distante da minha casa,

Não muito distante do meu real.

Foi onde conheci um tal cara

Considerado genial.

A ciência foi sua guia,

Buscou filosofia.


Sujeito simples,

Agradou a todos.

Faz caras rirem,

Mulheres, se apaixonarem.

Não era belo,

Mas nem precisava,

Sua beleza no interior estava.


Hoje é amigo do peito,

Com palavras simples escrevo

O que seus queridos diriam,

Uns até com mais despeito,

Que está no interior dos nossos corações

E está eleito.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Outras Sensações

Não me deem arma nenhuma,

    Eu mesmo não me conheço.

Não quero café, nem guaraná.

Tenho roupa nova e vou sair,

    Não sei quando volto,

    Nem se quero vir.

Vou estar em outro mundo,

    Menos incompetente,

    Um mundo inconsciente.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Viajantes do Futuro

Viajantes do futuro

Esperando algo para comer

Esperando para serem comidos

Pessoas comem pessoas

Carnes comem pessoas

Cães comem carne

Inimigos comem-se

O bebado se encontra sóbrio

Seus filhos estão famintos

The end.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

De Graça

Sonhar,
Porque sonho é de graça,
Não trás desgraça,
E quando acorda passa.

Cantar,
Pois quem canta se alegra,
O coração acelera,
E também é de graça.

Andar,
Pois quem anda conhece,
Vê e não esquece,
Pisa fundo
E é de graça.

Ler,
Quem lê viaja,
Aprende e guarda,
Depois repassa,
E o melhor,
É de graça.

Nadar,
Sentir o mar,
Se refrescar e mergulhar,
De graça.

Sobreviver,
Comer,
Se proteger,
Morrer.
Esses também são de graça?

terça-feira, 7 de julho de 2009

Doses

Dose,
Outra dose,
É dose
De uísque.
Copo,
Outro copo,
Mais um copo
De cerveja.
Sede,
Que sede,
É sede
De água.
Surdez,
Surdez,
O que ouço?
Falar,
Falar,
O que falo?
Sei falar?