Encontrei milhares de riquezas no sul da Palestina. O ocidente já não me deixa em paz.
Estou com febre e moribundo, mórbido e desfigurado. Os espíritos, todos, se inflamaram, e as águas tintas às veias surradas derramaram-se num estranho morim.
O contemporâneo esboça minha lâmina, e minha ira retoma a idade central: “o curumim a mendigar o linguajar dentro de mim”.
Meu sono entorpecido pela destreza que tive ontem fabrica ilusões em meus olhos fatigados.
Não acompanho a hora fria, e nem consigo. Ninguém me segue, ninguém me ouve, ninguém me vê, ninguém me viu, ninguém me sabe.
Descubro aos poucos, além disso, que meu lugar é o retorno, que os que me tiram me deixam lá, e quando há tudo não tenho utopia, não tenho redor, não tenho radar.
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
O colecionador de canudos
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
Sistema
Cheque o cheque que te dei,
Pode ser um xeque-mate,
Sem fundo e a vista.
Assistente que assiste e que assessoria, assessor.
A vida de muitas vidas depende da vida de outras.
Esqui: patins comprido para deslizar sobre a neve ou água.
Esquina: cunha, canto exterior.
Esquimó: habitante de terras árticas.
E nós?
Somos como cromossomos?
Hereditários?
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
a personalidade do TEMPO
que o tempo
anda reto
tem espaço
que o tempo
anda curvo
tem curvas
que o tempo
passa rápido
tem horas
que o tempo
passa mudo
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
O vento
As maneiras que o vento toca as folhas
Aleatórias, como as folhas e como os ventos.
Na neblina das montanhas, o vento ecoa
É quase um uivo, e meus ouvidos ficam atentos.
A lua atrai e vem o vento
Tem onda, tem maré.
Lá vem uma nuvem, deixa chuva
Lá vai a nuvem, deixa o sol aparecer.
E tem o ar
Do teu suspiro
O qual queria
poder respirar.
Mas sinta o vento
da minha boca
que dá a teu nome
um movimento.
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
Chovia no quarto
Preso no quarto
Chovendo no quarto
Na minha cabeça
A chuva dizia
Nunca se esqueça
Você está preso no quarto
E a chuva sou eu
Eu nunca entendia
Chovia de noite
Chovia de dia
E eu ficava no quarto
Preso no quarto
Chovendo no quarto
Na minha cabeça
esta poesia
sinta, sinta, sinta
esta porra.
sinta, sinta, sinta
esta agonia.
sinta, sinta, sinta
este sentimento.
sinta, sinta, sinta
esta alegria.
sinta este prazer,
este gozo,
este viver.
sinta, sinta, sinta
esta poesia.