quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Minha Lua

La vem a lua
com toda sua ironia
Me mostrar que está nua,
Dizer que já se passou mais um dia.

Mas lá vem estrela Dalva
Com toda sua calma
Me dizer que tudo gira,
Que a lua estava brincando
E que a noite é linda, ainda.

Ah, lua, eu te entendo,
Achas que eu não passo de mais um veneno.
Não, não, te enganas,
Eu sou sereno.
Lua, eu ardo em chamas.

E se queres saber, lua,
Todo o dia te espero, te quero e sonho
Com você sorrindo e aparecendo
Como hoje, nua.
Te admirando (é noite e reinas)
Eu vou adormecendo...

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Esnobio

Fique com sua roupa limpa,
Com seu sapato branco,
Sua camisa da marca,
Sua prosa exacerbada e incoerente.

Poupe-me dos seus delírios doentios,
De comprar do mais caro,
De olhar de cima para baixo,
De fechar os olhos para não ver.

Seu luxo me dá nojo.
E não poupo essa palavra.
Nojo é o que sinto.
Nojo é o que seu diálogo, seus gestos,
Seu balbuceio suscitam.

Pena por escrever um texto tão sujo
Para alguém ainda mais podre,
Escravo de uma burguesia que não é sua,
Contaminado por uma cólera cuja diarreia
Não sai e atraca a síndrome do ser bem muito mais melhor que os outros
Cegamente.

Pena por ter conhecido ser de tal ignorância
E arrogância,
De frescura deprimente,
Com olhos de esnobe demente.
De mente imbecil.