segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Esnobio

Fique com sua roupa limpa,
Com seu sapato branco,
Sua camisa da marca,
Sua prosa exacerbada e incoerente.

Poupe-me dos seus delírios doentios,
De comprar do mais caro,
De olhar de cima para baixo,
De fechar os olhos para não ver.

Seu luxo me dá nojo.
E não poupo essa palavra.
Nojo é o que sinto.
Nojo é o que seu diálogo, seus gestos,
Seu balbuceio suscitam.

Pena por escrever um texto tão sujo
Para alguém ainda mais podre,
Escravo de uma burguesia que não é sua,
Contaminado por uma cólera cuja diarreia
Não sai e atraca a síndrome do ser bem muito mais melhor que os outros
Cegamente.

Pena por ter conhecido ser de tal ignorância
E arrogância,
De frescura deprimente,
Com olhos de esnobe demente.
De mente imbecil.

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