sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Ilusões

Ascendam as luzes dos tempos que as areias apagaram.
E tragam os garfos para a luta começar.
Não esperem que tudo se desembainhe por si só.
E não se entreguem à vingança convencional.

Arrebatem as cadeias e esquadros do vasto incêndio.
Abriguem a fumaça.
Desarmem as redes e escondam os mantimentos.
E não se entreguem a qualquer estátua de ferro.

A noite será convertida, o dia será dilacerado,
ou vice-versa, ou tudo igual, ou nada será.
Bebam os sucos vendidos por suas próprias idéias.
E amanteiguem a linguagem até hoje frita.

Não se meta contigo mesmo, nem com tigo que tigo te deu.
Espalhem os cabelos e martelem os balões.
Puxem seus gatilhos e recorram às ilusões.

Entrem frio a dentro descobrindo o pós-noturno.
Criem os naturais oblíquos,
Os quais o som já esteve em luto.
Viajem pelo rio que a estrela não acalmou.
E terminem tudo de novo trazendo de volta o que voou.

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