domingo, 24 de abril de 2011

Feito Giz

Me descrevo, me leio,

Me apago.

Reescrevo, me refaço,

Sou de giz.


 

Me despedaço,

Me escondo, cor de baço

No escuro

Me disfarço.


 

Sou do chão.

E neste exato momento

Sou um cão.

Vou latindo, me mostrando,

- olhem pro chão!


 

Sou de giz,

Risco calçada, risco parede,

Estou aqui.


 

Sou da criança,

Da água da chuva que me apaga e que me leva.

Sou do que me usa, que lê, escreve,

Do que vira as costas, dá pra trás,

E me esquece.


 

Desapareço,

E eu mesmo também

Me esqueço.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Infarto

Eu quero do pouco, um tudo;
Do momento, um prazer;
Nem certezas, nem razão.

Quero do acaso, um caso;
No descaso, tomar tua mão;
Do pensamento, um desejo;
Da tua boca, um beijo;
E de tua língua, refeição.

Quero te sentir em meus braços;
Deleitar-me em teu abraço;
Eu quero ser teu pão.

Quero tua mão vadia
Navegando junto a minha
No suor da emoção.

És o tudo deste momento;
Vou me afogar sereno
E infartar meu coração.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Saudade

Inveja...
De quem já te viu...
De quem já te sentiu.

De quem ouve tua voz todos os dias.

Inveja da sua cama.
Do seu perfume,
Das suas roupas,
Do seu suor.

Saudade de um abraço,
De um sussurro... bem baixinho.
Da sua mão me fazendo carinho.

Inveja,
Inveja boa que faz sonhar...
Inveja que vira saudade...
Saudade que faz sonhar..........

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Time to go

Nothing, nothing,
Nor a word,
Nor a letter.
There isn’t anything,
Nor good,
Nor bad.
What lives here is nothing.
I don’t know why
Why?
Maybe I’m nothing,
Or I want to be that.