domingo, 24 de abril de 2011

Feito Giz

Me descrevo, me leio,

Me apago.

Reescrevo, me refaço,

Sou de giz.


 

Me despedaço,

Me escondo, cor de baço

No escuro

Me disfarço.


 

Sou do chão.

E neste exato momento

Sou um cão.

Vou latindo, me mostrando,

- olhem pro chão!


 

Sou de giz,

Risco calçada, risco parede,

Estou aqui.


 

Sou da criança,

Da água da chuva que me apaga e que me leva.

Sou do que me usa, que lê, escreve,

Do que vira as costas, dá pra trás,

E me esquece.


 

Desapareço,

E eu mesmo também

Me esqueço.

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