sábado, 19 de outubro de 2013

Imbecil

Vejo que hoje guardo o que antes não guardava.
Quando criança rancor não ficava.

Guardo até de mim mesmo.
Rancor a todo vapor
De ser imbecil
Tolerando o que foi por tanto tempo imbecil.

Me tornei
Tentando não tornar.
Em meio a imbecis
Me calei, fiquei, participei.
Que imbecil me tornei.

E borracha não apaga todo garrancho.
E de bolacha virou minha cara de malandro.

Do que escutei e do que não fui escutado.
Guardei.

Palavras que se arquitetaram numa poesia.
Gastei. E na descarga se foi.

Rancor guardou o poeta.
Imbecil segurando a caneta.

De polo, paletó e gravata.
Rancor, o poeta ainda não descarregou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário