Linda, toda lima.
Como a vinda de um dia,
Como a trinda que se infinda.
Bela, como a tela de uma era,
Como a terra que te espera,
Como a erva que desterra.
A ouvi, como um tom de colibri...
Meu encantei, meio a tanto me inspirei.
Hoje nem sei
Aonde vou, que direi.
Nem sei mais das madrugadas,
Sob a luz parda mal olhada,
Esperando o sol raiar.
E que dirá a minha amada,
Que ali triste e embriagada
Me espera a meninar.
E como se foi do colibri
Que quando vi não mais estava.
Talvez, por tanto, o esqueci.
O meu amor que não estava,
O canto do colibri.
Mais uma noite a madrugada.
Mais uma noite e não dormi.
O sono denso,
O sonho intenso,
E em minha mente o colibri.
O silencio se fez canção
E eu amei a solidão
Prometida desde então
Pois perdi meu colibri.
E agora coração?
O que faço com a razão?
Que perdi tempos atrás
Onde ele mesmo se desfaz.
Recordando só saudades.
Pensando nas intimidades
Que o colibri cantava.
Se vale a pena ao colibri,
Não sei.
Pois a ave de belo canto
Foi-se embora de mim.
A tristeza é um lamento
De um canto em que lamento:
A ida do colibri.
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