sábado, 29 de janeiro de 2011

A chama

O tempo apaga o cigarro,

O cigarro apaga-me,

Eu apago sozinho,

Sozinho, apaguei o escuro.

O escuro apagou minha vista,

Minha vista apagou meu coração.

O escuro me escondeu quietinho,

O chama do cigarro me mostrou na escuridão.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Momento Quimera

A face da bela raposa enxuga meu desejo infantil,
quando ao mesmo tempo me encaminha a um termo inconsciente a mente nua.
Sem dar conta dos suspiros eloquentes tentadores
que circundam a presente atmosfera de prazeres e quimeras.
Suspiros que destroem minha lucidez,
desconsertam meu sangue,
e provocam luxuria
em minha língua e em minhas mãos.

Que pena que essa atmosfera é apenas quimera,
quem dera...
resta-me agora o deslumbre dos momentos opacos
que ao som de Renato
acalmam-se: meu corpo, minha mente.
Não mais sou “animal”, volto a ser alguém.
Escravo dessa vida insalubre.


Ord'ep e Djair F. Melo

domingo, 23 de janeiro de 2011

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Lembrança do ultimo telefonema

As letras do seu nome estão pedidas neste pedaço de pensamento.
Seu pensamento há muito não se encontra com o meu.
Involuntariamente as letras do seu nome aqui se perderam.

Kdê aquela conversa babada?
Eu estou longe Y você?
Já passei horas com você M minha mente.
Não E suficiente O que quero te diZer.
Nosso eLo nunca foi atado,
Mas seu corpo me prendeu.
Ainda lembro o que sua voz dIZia.
Te digo, nuNca te esqueci, apenas não te telefono.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Errata

Eu não tenho, eu não sigo cartilha.

Eu sou cego, eu não vejo a verdade,

Nunca me evangelizaram com escrituras em braile.


 

Há quem siga sabido e entendido.

Eu não, sou tolo, desnudo,

Faço parte da classe dos vultos.


 

Há quem insista que está tudo calculado.

Eu sinto que sou mais um,

Parte de uma errata

Inadmitida e mal amada.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Momento Magnético

É um ímã

Capazes de criar

Dipolos

Alinhados

Na mesma direção.

Especificamente naquela direção.

Eu sou apenas ferromagnético,

Sou esse que dispõe todos os seus momentos

Magnéticos.


 

São meus férmions tolos,

Que são fracos,

Me tornam fraco,

(E forte também).

Porque não me abro logo?

– Bestificado.


 

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

A Xícara

Se eu bebo,
ela seca.
Se eu bato,
ela vira.
Se eu tento completá-la,
ela me engana,
fica tudo atrás da espuma,
finge que ainda não é o limiar
e esborra.

Me queima a boca
e adoça minha língua...
ao mesmo tempo.

Me provoca, redonda,
com seu líquido fervendo.

Depois do banho,
sempre fica um pouco
de água em sua boca,
se não em seu corpo,
se não em seu interior.