quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

A Xícara

Se eu bebo,
ela seca.
Se eu bato,
ela vira.
Se eu tento completá-la,
ela me engana,
fica tudo atrás da espuma,
finge que ainda não é o limiar
e esborra.

Me queima a boca
e adoça minha língua...
ao mesmo tempo.

Me provoca, redonda,
com seu líquido fervendo.

Depois do banho,
sempre fica um pouco
de água em sua boca,
se não em seu corpo,
se não em seu interior.

Nenhum comentário:

Postar um comentário