segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Sensações

Tantos rostos distantes com meu receio
E eu queria sentir cada um
Em silêncio de olhares.

Tantos pés caminhando,
Tantas mãos balançando,
Tantos lábios abrindo
E fechando.

E meus olhos que não sabem pra onde rogam,
Minhas pernas que não sabem pr'onde tremem.
Minha boca que também abre, para, e fecha.

São cheiros que ensurdecem meus ouvidos.
São corpos que eu não mais me esquivo.
Sensações que eu sonho vivo.

Meu suspiro mudo
Me droga.
Aos poucos meus olhos se fecham,
Eu não m sinto,
Eu me gozo

sábado, 19 de outubro de 2013

Imbecil

Vejo que hoje guardo o que antes não guardava.
Quando criança rancor não ficava.

Guardo até de mim mesmo.
Rancor a todo vapor
De ser imbecil
Tolerando o que foi por tanto tempo imbecil.

Me tornei
Tentando não tornar.
Em meio a imbecis
Me calei, fiquei, participei.
Que imbecil me tornei.

E borracha não apaga todo garrancho.
E de bolacha virou minha cara de malandro.

Do que escutei e do que não fui escutado.
Guardei.

Palavras que se arquitetaram numa poesia.
Gastei. E na descarga se foi.

Rancor guardou o poeta.
Imbecil segurando a caneta.

De polo, paletó e gravata.
Rancor, o poeta ainda não descarregou.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Rio Mar

De platônico,
Me arrisco a dizer que me perdi,
Encantado, aos teus pés, admiro
Quão alto é.

Salve Espírito Santo,
Que te pariu,
Pra onde rezo.
Onde olharei com olhos rasos
Procurando figura igual.

Queria seguir contigo e vigiar-te.
Resta imaginar tua molecagem.

Talvez nem me leia.
Nem eu contemple mais tua presença.
Mas lembrarei do teu nome e sorriso
Em trocadilhos nesta pequena.

Hoje me despeço.
Com tamanho medo certo,
Fico quieto.
Fico por aqui, nas lagoas.
Fica meu olhar indiscreto
Olhando pro além de um fluido complexo.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Sophia

É ela, da cor da minha, 
cor carla, 
negra e linda.

Só, sou cabelo
sou cabelos de sophia
menina com raça e poesia.

É ela, do tamanho que quiseres
te roubando solidão,
oferecendo companhia. 
Nietzsche recomendou.

Quem te olha e ri,
ri e te adora... 

E eu com minha cara
de rabo
me acedo teu John,
e tu, nossa Bunita.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Era uma vez

Que metamorfose de Kafka escolhi me tornar?
Escolhi?

Quem sou eu?
Troquei minha vã filosofia, nem meu eu restou.

Eu nao como, eu não riu...
Falta capital.

Sou uma força jogando palavras pelos cantos,
Palavras, palavras, momentos...
Abrindo gavetas.
Devo ser um disco voador.

E quem me vê parado, metamorfoseado, garante
que eu não posso dançar.

Cheguei numa viela.
Agora volto atrás.

Olhos abertos, coração fechado,
clichê de cartinha.
Eu tô voltando pra casa, mais uma vez.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

New Blog

Surgindo um novo blog =)
Foco em dissertar coisas com letras certas e erradas.

sábado, 1 de junho de 2013

outra vez

Saudade de olhar o vazio
de escutar o silêncio
de ver o sol se pôr.

Na dúvida do vale a pena,
da cavidade pequena,
do caminhar a dois.

Quando sairia uma ode,
sai um não pode,
um lamento incolor
  -  Não atinge um ator.

Na dependência do acaso,
"sem lenço, documento".
Ruminando vontades,
sem saber se quero
   -  Eu vou.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

abaixo

Dois usuários, mesma senha.
Dois de mim.
Um computadorizado. O evasor.
Outro tentando ser o primeiro mencionado. Evadir.

Enquanto um sonha,
o outro também.

... O sonho do real causa dor.
Dá vontade de voltar,
de descer a nuca ao nível do peito,
trazendo à frente os fios de cabelo
ao invés do sorriso.

Um medo do micho e de seus derivados.
Um medo das escolhas e de suas falácias.

Um conhece a probabilidade.
O outro ouviu também falar de sorte.

Um tem outras definições de amor e felicidade.
O outro não consegue terminar o texto.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Lá fora

Bate a porta, deixa pra trás.
Sai sem roupa
com aquele batom
que deixa a boca roxa.

Sai na lua.
Fica na rua
crua.
Grita pro alto,
permanece no salto.

Pinta a cara pálida
sem muito disfarce,
só charme.
As pernas lisinhas
beirando a calçada,
mão levantada.

Manda-me um beijo
que de longe eu recebo,
receio e cortejo.
Até mais ver
outra vez.