quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Canção das Belas Idas

Linda, toda lima.
Como a vinda de um dia,
Como a trinda que se infinda.

Bela, como a tela de uma era,
Como a terra que te espera,
Como a erva que desterra.

A ouvi, como um tom de colibri...

Me encantei, meio a tanto me inspirei.
Hoje nem sei
Aonde vou, que direi.

Nem sei mais das madrugadas,
Sob a luz parda mal olhada,
Esperando o sol raiar.

E que dirá a minha amada,
Que ali triste e embriagada
Me espera a meninar.

E como se foi do colibri
Que quando vi não mais estava.
Talvez, por tanto, o esqueci.

O meu amor que não estava,
O canto do colibri.
Mais uma noite e madrugada.
Mais uma noite e não dormi.

O sono denso,
O sonho intenso,
E em minha mente, o colibri.

O silencio se fez canção
E eu amei a solidão
Prometida desde então
Pois perdi meu colibri.

E agora coração?
O que faço com a razão?
Que perdi tempos atrás
Onde el mesmo se desfaz.

Recordando só saudades.
Pensando nas intimidades
Que o colibri cantava.

Se vale a pena ao colibri,
Não sei.
Pois a ave de belo canto
Foi-se embora de mim.

A tristeza é um lamento
De um canto em que lamento:
A ida do colibri.

Um comentário:

  1. Umas das mais lindas poesias que li de sua autoria e umas das melhores entre as criadas pelos melhores poetas e poetisas que temos visto entre nossos escritores brasileiros.
    Sem dúvida, sua poesia pode ser comparada com as dos nossos grandes poetas brasileiros.
    Parabéns por sua criação, que é uma bela criatura.

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